EUA vetam resolução de cessar-fogo na ONU pela 4ª vez desde início da guerra Israel-Hamas
Catorze membros do Conselho de Segurança da ONU aprovaram a medida nesta quarta (20), mas os EUA, que são um membro permanente do conselho e têm poder de veto, bloquearam o texto. Conselho de Segurança da ONU.
Reprodução
Os Estados Unidos vetaram nesta quarta-feira (20) uma resolução de cessar-fogo na guerra na Faixa de Gaza no Conselho de Segurança da ONU.
Esta foi a quarta vez que os americanos rejeitaram uma proposta de trégua entre Israel e o Hamas desde o início do conflito, em outubro de 2023.
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Os EUA justificaram o veto por conta da ausência da exigência da libertação dos cerca de 100 reféns sob poder do Hamas em Gaza, algo interpretado pelos americanos como fundamental para o texto. O representante dos EUA na reunião, Robert Wood, acusou membros do conselho de rejeitarem de forma cínica as tentativas de alcançar um compromisso.
"Deixamos claro nas negociações que não poderíamos apoiar um cessar-fogo incondicional que não conseguisse a libertação dos reféns. Como a resolulção abandonou esse tópico, os EUA não poderiam a apoiar", afirmou Wood.
Os EUA foram o único país a rejeitar o texto de cessar-fogo, contra 14 votos a favor. Como os norte-americanos são um membro permanente do Conselho de Segurança da ONU e têm o poder de veto, a proposta não foi aprovada.
Wood ecoou uma fala dita pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, na manhã desta quarta, sobre a soberania do Hamas na Faixa de Gaza.
"Um cessar-fogo incondicional ao Hamas significa que este conselho permite que o Hamas mantenha poder sobre Gaza. Os EUA nunca aceitarão isso. Em vez de darmos adotarmos uma resolução que dê poder ao Hamas, vamos forçar que eles implementem a Resolução 2.735, sem mais condições ou demora".
A Resolução 2.735 do Conselho de Segurança da ONU, aprovada em junho, é uma proposta de cessar-fogo em Gaza elaborada pelos EUA, mas que não foi acatada pelas partes em guerra.
EUA e Israel são considerados aliados históricos. Os EUA chegaram a vetar resoluções que pediam um cessar-fogo na guerra:
O primeiro, em outubro do ano passado, um texto redigido pelo representante do Brasil no Conselho de Segurança da ONU;
O segundo, em dezembro de 2023, em uma reunião convocada pelo secretário-geral da ONU;
O terceiro, em fevereiro de 2024, quando vetaram uma resolução proposta pela Argélia.
Esta reportagem está em atualização.
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